segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Quintanamente


Não sou mais quem era, mas ser diferente daquela que fui, me faz continuar sendo eu mesma.
Tão poucas pessoas são elas mesmas! Para serem, mais vezes, outras. Sem nunca terem sido nenhuma.
Ser apenas quem se é. Isso não nos mofa. O que mofa é a aparência que nos engana os sentidos.
E não somos o que aparentamos. Somos o apenas. 
A não-aparência do duplo-profundo.
Ser apenas quem se é. E o que compreendemos ser.
Não aquilo que tentamos disfarçar, sem jamais termos sido.
Ser apenas quem se é. Para o uso comum.
Não com uma mentira coexistente, nem com uma verdade cega.
Quintanamente. O mais desnudo. Para a nossa hora final.
Onde as máscaras, todas,
ficam!
*

Um comentário:

  1. A Máscara

    Esta luz animada e desprendida
    Duma longínqua estrela misteriosa
    Que, vindo reflectir-se em nosso rosto,
    Acende nele estranha claridade;
    Esta lâmpada oculta, em nossa máscara
    Tornada transparente e radiante
    De alegria, de dor ou desespero
    E de outros sentimentos emanados
    Do coração dum anjo ou dum demónio;
    Este retrato ideal e verdadeiro,
    Composto de alma e corpo e de que somos
    A trágica moldura, errando à sorte,
    E ela, é ela, a nossa aparição,
    Feita de estrelas, sombras, ventanias
    E séculos sem fim, surgindo, enfim,
    Cá fora, sobre a Terra, à luz do Sol.

    ;)

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