sábado, 5 de dezembro de 2009

Contos de aldeia

"Em uma aldeia que lutava contra a fome, um inválido era considerado morto. As pessoas lamentariam durante algum tempo, mas como acreditavam em reencarnação, aceitariam rapidamente a perda. A vida era dada às pessoas pelos deuses e, com a morte, o espírito partia para um lugar distante nos mares mas depois de algum tempo retornava à aldeia, para abrigar-se no útero de uma mulher e reencarnar numa criança. A morte era apenas um período de sono profundo antes do retorno do espírito; lamentações excessivas perturbavam o repouso da pessoa morta. As lápides dos túmulos ficavam de frente para o mar para guiar os espíritos na direção certa, quando chegasse o momento de regressar..."
[Akira Yoshimura, in "Naufrágios"]
"-Meu marido morreu. Depois foi a vez de meu pai, em seguida perdi minhas irmãs. Quando a morte entra numa casa, é como se quisesse ceifar o máximo para não precisar voltar tão cedo. Só deixa vivas uma ou duas pessoas para que chorem as outras..."
[Guy de Maupassant, in "Drama Humilde"/ Conto]
Bonjour!

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