
El silencio es la palabra mas grande...
Bonsoir!
"Só é possível transformar-se na medida em que já se é..."
"Nunca nos compreendemos completamente, mas podemos fazer muito melhor do que apenas compreendermo-nos..." 



"Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir..."

"Cheguei a inclinar de leve a cabeça sobre o ombro, oferecendo o pescoço para que me tivesse mais fácil..."
"Das letras reunidas uma a uma, formarias uma palavra para definir esta ânsia de vôo subindo desde o chão até os olhos..."
"Embora não conheça o ponto onde devo chegar, é para lá que me dirijo cego, aos trancos..."
"Não sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um Eu que não sei se existe (se é esses outros). Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta traições de alma, a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho. Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única realidade que não está em nenhuma e está em todas..."
"Se alguma coisa há que esta vida tem para nós, e que tenhamos que agradecer aos Deuses, é o dom de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós mesmos e de nos desconhecermos uns aos outros.
A alma humana é um abismo obscuro e viscoso, um poço que não se usa na superfície do mundo... Ninguém se amaria a si mesmo se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade, que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de anemia... Ninguém conhece o outro, e ainda bem que não o conhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, o íntimo, este metafísico inimigo..."
"Nós, pobres mulheres, apesar do nosso imenso e frágil orgulho, não somos, afinal, mais do que argila que as mãos deles moldam a seu belo capricho. Feliz da argila que, no seu caminho, encontra, como eu, o estatuário que a vai moldando a acariciá-la! Gosto tanto de ti que não me revolto, eu, a eterna revoltada, aquela que teve sempre por coração um oceano imenso a que ninguém jamais descobrira o fundo... Como te tens lembrado hoje de mim? Com saudades? Com desejos de me beijar? Com tristeza? Como? Gostava tanto, tanto de saber a cor dos teus pensamentos quando são meus! Queria que eles fossem roxos, como os lilases, ou cor-de-rosa como os beijos que eu te dou. Tenho saudades, saudades, saudades... Reparei agora para uma coisa: é curioso como eu não sou capaz de vestir um vestido alegre quando tu não vens. E é verdade que eu ando de luto, de luto por uns beijos que trago e que, se não dão, morrem de frio longe da tua boca..."
"Não é certo que para a criação de uma obra literária a imaginação e a sensibilidade sejam qualidades equivalentes, e que a segunda possa sem grandes inconvenientes substituir a primeira, do mesmo modo que há pessoas cujo estômago é incapaz de digerir e assim encarregam os intestinos dessa função. Um homem que nasceu sensível e que não tenha imaginação poderá, apesar disso, escrever romances admiráveis. O sofrimento que os outros lhe causarão, os esforços para o evitar, os conflitos que esse sofrimento e a outra pessoa cruel irão criar, tudo isso, interpretado pela inteligência, poderá constituir matéria para um livro não apenas tão belo como se tivesse sido imaginado/inventado, mas também tão exterior aos sonhos do autor, se este, feliz, se tivesse deixado arrastar por si mesmo, tão surpreendente para ele próprio, tão acidental como um capricho fortuito da imaginação..."

"Há duas maneiras de olhar as coisas, como há duas maneiras de as não olhar. Ou se olham pondo-nos de fora delas ou pondo-nos dentro delas. Só no segundo caso as vemos bem, porque só então nos vemos mal ou simplesmente nos perdemos a nós de vista. O primeiro ver é o do homem prático, o segundo, o do artista. Um e outro também divergem no modo de não ver as coisas. O primeiro porque simplesmente as não vê; o segundo porque não repara nelas. Ao contrário do que se supõe, o mundo real não existe para o homem prático: o que existe é a sua instrumentalização. Uma flor só lhe existe se a puser na lapela ou mesmo num jarro; como um pássaro só lhe é real se o tiver numa gaiola ou o comer frito. "


"Ela queria tanto que ele dissesse o nome dela assim bem devagarinho como se as sílabas fossem uma casquinha de sorvete quebrada entre os dentes..."

"Isso que chamo de minha vida, ou o que restava dela, não deveria ser muito porque o passeio dos dedos, pelo rosto, revela sulcos cada vez mais fundos..."