quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na fala dos loucos tem lírios

Quero apenas uma casa em uma rua sem nome. Só não dispenso a árvore, porque é a coisa mais bela e a menos amarga. Quero, de minha janela, sentir o vento pelo caminho e ver o sol. Também quero uma pessoa amada, porque ela é a parte mais importante deste poema. Permita que eu sonhe com uma pessoa que ame andar descalça sobre os montes. O ideal seria que também amasse fazer comparações de nuvens com vestidos, e peixes com avião. Que gostasse muito de passarinhos e na sombra das tardes viesse pousar como a brisa nas varandas abertas.


Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas,
é de poesia que estão falando.

Manoel de Barros

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