sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Freud um dia me falou...

Quando recém-nascidos, quase todo o nosso ser é apenas um Id. O Id continua conosco na idade adulta e nos acompanha pela vida toda. Aos poucos, vamos aprendendo a controlar nossos desejos para nos adaptarmos ao nosso meio, ou seja, aprendemos a ajustar nosso princípio de prazer ao nosso princípio de realidade. E construímos um Ego. O Ego é que assume esta função reguladora entre prazer e realidade. Quando crescemos, e temos prazer em algo ou alguma coisa, é o Ego que nos impede de abrir um berreiro e nos jogarmos ao chão (birra), até que nossos desejos e necessidades sejam satisfeitos. Ocorre, assim, um controle regulador para reprimirmos nossos desejos, tentando escondê-los, colocando-os de lado e, às vezes, até tentando esquecê-los. Mas somos confrontados com 2 barreiras: os padrões morais de nossos pais e do nosso meio. Ambos nos dizendo "não faça isto- é errado", "não faça aquilo- não é coisa de homem", "meninas não podem certas coisas jamais" e crescemos ouvindo os ecos das repressões que, mesmo depois de adultos, parecem ter se alojado dentro de nós, e até a ser uma parte de nós mesmos. A isso Freud chama de SuperEgo. O SuperEgo se opõe ao Ego, como uma espécie de "consciência", e nos informa, por assim dizer, quando os nossos desejos são "sujos" ou "impróprios", especialmente os desejos sexuais e eróticos, que surgem bem cedo, na nossa infância. Sabemos que as crianças pequenas gostam de brincar com seus órgãos sexuais mas sempre levaram tapas ou broncas, seguidos de longos sermões. E daí surge o nosso glorioso "sentimento de culpa", que é armazenado no SuperEgo, como uma espécie de "puteiro", onde fica tudo que está relacionado aos pecados, as coisas sujas, ao impuro, ao sexo! Assim, temos todos os elementos para explicar por quê existe um conflito entre "prazer e culpa" que nos acompanha por toda a vida. 


O Inconsciente é tudo que aquilo que "nos dispomos a esquecer", ou que tentamos reprimir, disfarçar, enterrar e esconder do resto do mundo para nos "livrarmos dele" mas que, mesmo assim, continua vivo dentro de nós. Isso acontece com todas as pessoas, sadias ou não, que lutam contra sí mesmas e com o ato de reprimir seus desejos proibidos, sujos ou indecorosos, num processo tão angustiante e estressante, que muitos adoecem e até enlouquecem. Mas uma coisa é certa, por mais que se esconda, esses desejos sempre tentam se libertar de sua prisão, de seu Inconsciente, e em algum momento tentam se saciar ou se satisfazer a qualquer preço. E assim surgem "novos sentimentos" dos sentimentos mais perturbadores: a Projeção. Nos projetamos nos outros, transferindo as nossas características reprimidas para frente, para longe, para fora de nós-"para os outros". O avarento gosta de ficar dizendo que todo mundo é avarento, o xereta que todo mundo é xereta, o explorador que todos exploram, o traidor que todos traem, e o que só pensa em sexo (com tudo e todos) que todos são fissurados por sexo, sendo o primeiro a se irritar com o comportamento livre dos que gostam e assumem. A isso chamamos de Ato Falho, pois, se com a Projeção culpamos os outros daquilo que "escondemos", com os pequenos gestos (Falhos) "revelamos" os segredos mais sórdidos e mais íntimos. 
É bem por isso que, muitas vezes, ouvimos alguém se defender daquilo que errou: " Nossa, eu não tinha a intenção de dizer isso, ou de fazer aquilo"!!!
Tinha sim... suas verdades é que escaparam de tí!


Bonjour!

Nenhum comentário:

Postar um comentário