quarta-feira, 27 de julho de 2011

Watch Over Me

When walls come crashing around my feet, you light my way... when the sun is beating down upon my brow, you are my shade.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mais que bondade!

As almas bem ajustadas por si mesmas e bem nascidas seguem o mesmo andamento nas suas ações e apresentam a mesma aparência que as virtuosas. Aquele que com uma doçura e complacência naturais menosprezasse as ofensas recebidas faria coisa mui bela e digna de louvor; mas aquele que, espicaçado e ultrajado até o âmago por uma ofensa, se armasse com as armas da razão contra o apetite de vingança e, após um grande conflito, finalmen­te o dominasse, sem a menor dúvida seria muito mais. Aquele agiria bem, e este virtuosamente: uma ação poder-­se-ia dizer bondade; a outra, virtude, pois parece que o nome de virtude pressupõe dificuldade e oposição, e que ela não pode se exercer sem combate.  Parece-me que a virtude é coisa diferente e mais nobre do que as inclinações para a bondade que nascem em nós. A virtude pede um caminho áspero e es­pinhoso; e quer ter: ou dificuldades externas para combater, por meio das quais o destino se com­praz em interromper a marcha, ou dificulda­des internas provocadas pelos apetites desor­denados e pelas imperfeições de nossa condição. A virtude rejeita a comodidade como companhia; e esse caminho fácil, ameno e suave, por onde se conduzem os pas­sos bem ajustados, não é o da verdadeira virtude. 
Michel de Montaigne
Bonjour!

domingo, 24 de julho de 2011

Inundados de gente

O indivíduo está tão longe de si mesmo que para chegar até si tem primeiro que dar sua volta ao mundo, completa, até ao ponto de partida. E todo aquele que queira encontrar dentro de sí sua própria personalidade ficará romanticamente sózinho no meio das multidões.
Almada Negreiros
Bonjour!


sábado, 23 de julho de 2011

Teu amor como um sopro de vento

Viu cada indivíduo como um pequenino astro tonto que nem sabe sequer ir na parábola da sua própria trajetória. E de todos os seres deste mundo o único que errava o seu fim era o Homem. 
Bonjour, Amy!
#amywinehouse  #almadanegreiros

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Migalhas Filosóficas

Nada pior que o mal-entendido. Uma bagatela, como se sabe, leva à uma vida depreciada e desprezada - depois, vinga-se; porque o mal-entendido, sobretudo quando toma uma forma violenta ou má, radica naturalmente numa bagatela; senão, não haveria mal-entendido, mas essencialmente uma 'discórdia'. O que caracteriza o mal-entendido é : aquilo que para um é importante, é insignificante para o outro... ou seja, no fundo, as duas pessoas estão separadas por uma bagatela, e estão desunidas no 'seu mal-entendido' porque não arranjaram tempo para entender-se. E as bagatelas transformam-se numa reivindicação infeliz do nosso eu! 
Soren Kierkegaard
Bonjour!



terça-feira, 19 de julho de 2011

O caminho do meio

Posso imaginar-me tudo, porque não sou nada. Se fosse alguma coisa, não poderia imaginar. O ajudante de guarda-livros pode sonhar-se imperador romano; o Rei da Inglaterra não o pode fazer, porque o Rei da Inglaterra está privado de o ser, em sonhos, outro rei que não o rei que é. A sua realidade não o deixa sentir.  A necessidade e a privação geram a dor, mas em contrapartida, a segurança e a abundância geram o tédio. Se tivesse os Reis do sonho, ou as paisagens impossíveis, que me restaria de possível ? Nada preserva tanto desses desvios quanto a riqueza interior, o caminho do meio, a riqueza de nosso espírito. 
Fernando Pessoa
Bonjour!


Once there was a way, to get back homeward.
Once there was a way, to get back home.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby...

Golden Slumbers fill your eyes.
Smiles awake you when you rise.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

We are the river flow

O que perturba os homens não são as coisas, e sim as opiniões que se têm em relação às coisas. A opinião que reina em relação a alguma coisa é que a faz parecer HORRÍVEL aos nossos olhos. A opinião distorce a realidade. Portanto, quando estivermos embaraçados, perturbados ou penalizados, não o atribuamos a outrem, mas a nós próprios, ou seja, às nossas próprias opiniões! 
Assim, uma tristeza é um lago morto dentro de nós... uma alegria um dia de sol em nosso espírito. 
Epicteto e Fernando Pessoa

Bonjour!

sábado, 16 de julho de 2011

Suspensa e cega

Uma ideia que nos semeiem pode germinar e por isso é necessário sempre que as semeiem. A sua fertilidade não está na nossa mão ou na estrita qualidade da ideia semeada, porque o que somos profundamente só se altera quando o que somos o quer - e não quando nós o deliberamos. Assim nasce um desencontro entre a mecânica dos nossos raciocínios e a verdade que em nós já é morta. No hábito dos gestos, as mãos tecem a plausibilidade do que, em nós, já não é plausível... Então, nos é necessário substituirmos toda a aparelhagem de que nos servíamos e que já não nos serve. Só assim entenderemos que da «discussão» quase nunca nasça a «luz», porque a luz que nascer é de duas pedras que se chocam. Surpresos olhamos 'quem fomos' porque já não nos reconhecemos. Atónitos, nos perguntamos: como foi possível?, quando, onde, porquê?, ao espanto da nossa transfiguração, que nós próprios nos armamos, e mesmo quando foi a vida que nos armou; porque tudo quanto é da vida, e dos outros, e dos mil acontecimentos que quisermos, só existe eficaz e realmente quando atinge a profundidade de nós. Como aceitar assim a força da razão, se a força dela está onde ela não está? 
Uma verdade só o é quando sentida, não apenas "entendida"...

Bonjour!
[Vergílio Ferreira, in 'Invocação ao Meu Corpo']

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fear!

Os homens sempre tiveram muita necessidade de se amarem uns aos outros. Construíram esse amor como construíram pontes. Foram necessárias abóbadas sonoras para tornar a multidão mais presente para a própria multidão; e palavras incompreensíveis para que se cantasse com todo o coração; e uma música bem ritmada, para que todos pudessem dizer as mesmas coisas ao mesmo tempo. O medo os agrupava. Pela manhã, sentiam fome e tornavam-se anarquistas. À noite, sentiam medo e amavam as leis!
(...) Só querer relacionar-se com aqueles que se aprovam 'em tudo' é o próprio fanatismo. 
Bonjour!
Alain, in 'Considerações II'

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Everything I am

Uma pessoa sem confiança vai tentar repetir, fazer igual aos outros, não cometer erros, que é uma ideia muito valorizada. Mas o erro está ligado às descobertas. É fundamental não ter medo nenhum do erro. 
O que é o erro? Eu tinha previsto ir numa determinada direção e não fui, errei... 

Ainda bem!!!
Gonçalo M. Tavares

Bonsoir ilha!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Gentinha

Não me preocupa tanto qual eu seja para outrem como me preocupa "qual eu seja em mim mesmo". Quero ser rico por mim, não por empréstimos. Os estranhos vêem apenas os acontecimentos e as aparências externas; eles não vêem o meu coração, vêem apenas o comportamento, tendo o ânimo e o próprio íntimo repleto de frouxidão... Se alguém pudesse usar o anel de Platão, que tornava invisível quem o levasse no dedo e o virasse para a palma da mão, muitas pessoas se esconderiam quando mais é preciso apresentar-se... Quase sempre as suspeitas nos inquietam; somos sempre o joguete desses boatos de opinião, que tantas vezes põe em fuga um exército, quanto mais um simples indivíduo. Não sei como, mas as falsidades perturbam-nos desde logo. A verdade traz consigo a sua própria medida; tudo quanto se funda sobre uma incerteza, porém, fica entregue à conjectura e às fantasias de um espírito perturbado. É verosímil que uma desgraça venha a produzir-se? Verosimilhança não é verdade. Quantos acontecimentos ocorreram sem que os esperássemos?! Quantos acontecimentos esperados que jamais ocorreram?! Os fracos de espírito forjam falsas ideias: ou é uma expressão ambígua, que só se interpreta em sentido desfavorável, ou é uma ofensa muitas vezes nem cometida que se exagera. Eis como todos esses juízos que se fazem sobre as aparências são enormemente incertos e duvidosos; e não há outra testemunha tão fiel quanto "cada qual sobre si mesmo".
Michel de Montaigne e Séneca
Bonsoir!

sábado, 2 de julho de 2011

Sempre vendados

A ignorância é uma coisa vil, indigna, servil, sujeita a inúmeras e violentíssimas paixões. Tu não podes apontar-me alguém que saiba "de que modo começou a fazer todas as besteiras que faz". E porquê? Porque o comum das pessoas não é levado pela reflexão, mas arrastado pelos impulsos. E serão menos infelizes quanto mais medíocres forem. No entanto, a indignidade não está em «irmos», mas em «sermos levados», contaminados pela ignorância alheia, e em perguntarmos de súbito, surpresos, no meio de um turbilhão de intrigas e acontecimentos: "Como é que eu vim parar aqui?" 


Para se chegar à sabedoria, há um só caminho e em linha reta: em passos firmes e constantes. 
Sêneca 
A mente humana tem uma capacidade quase infinita para ser inconsistente. Mas para me consolar, termino com este axioma: 
É por ter espírito que me aborreço!
 Delacroix
Bonjour com olhos e ouvidos cegos, já a boca... 
é surda!

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