segunda-feira, 2 de julho de 2012

Palavras Interditas


Os navios existem, e existe o teu rosto 
encostado ao rosto dos navios. 

Sem nenhum destino flutuam nas cidades, 
partem no vento, regressam nos rios. 

Na areia branca, onde o tempo começa, 
uma criança passa de costas para o mar. 

É preciso partir, é preciso ficar... 

As palavras que te envio são interditas ...
se alguma regressasse, 
nem já reconhecia o teu nome 
nas suas curvas claras.

Nas suas margens nuas, desoladas, 
cada homem tem para dar apenas
um horizonte de cidades 
bombardeadas. 


 Bonjour. 


 Eugênio de Andrade


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