Ama-se um corpo como instrumento de amar, como forma de onanismo de que o trabalho é dele. Ou como êxtase de um terror paralítico. Ou como orientação ao impossível que não está lá. Com raiva e desespero de quem já não pode mais e não sabe o quê. Como avidez insuportável não de o ter tido na mão, porque o podemos ter nela, sofregamente, boca seios o volume quente harmonioso da anca, e tudo esmagar até à fúria, ter o que aí se procura e que é o que lá está, mas não o que está 'atrás disso' e é justamente o que se procura e, se não sabe o que é, jamais poderemos atingir.
Vergílio Ferreira - Em Nome da Terra
Bonjour!
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