Criativa foi a vida de Chaplin, no cinema, a de Thomas Edson, em sua oficina de inventor, a de Madame Curie, nas pesquisas científicas, a de Leonardo da Vinci, nas ciências e na pintura, a de Isadora Duncan, na dança, a de Gaudí, na arquitetura, a de Mozart, na música, ou Sarah Bernhardt, como atriz. Sem imaginação não teríamos os quadros pintados por Cézanne, nem o teatro moderno de Beckett. Os valores do espírito, em grande parte, se distinguem por esse critério: maior ou menor capacidade imaginativa. No entanto, muito intelectual moderno ainda subestima a imaginação. Quanto à fantasia, muita gente nem sabe o que é.
Lógica e método científico não excluem o sentimento e a sensação, ao contrário, fazem parte das sínteses que o pensamento contém. A razão é apenas uma parte da consciência. Breton dizia que o jogo livre e ilimitado das analogias é a chave para se escapar das prisões mentais: a intuição passa a ter um valor semelhante ao piano de Duke Ellington. São formas de conhecimento de planos da realidade que chamamos de supra-sensíveis. Bachelar escreveu sobre as relações entre a ciência e o imaginário. Max Milner, mais recentemente, também. E a História da Arte, a História da Literatura e a História das Religiões só podem ser estudadas assim.
Também não há nada mais pacífico, na sua cor verde, do que uma planta. No entanto, sua capacidade de síntese é revolucionária... sem a fotossíntese, feita por um silêncio artístico pelas plantas, não haveria vida na Terra, como a conhecemos hoje. Nenhum animal. Nenhum ser humano. Exemplo de simplicidade e enígma, exemplo de criatividade e luz no universo.
[ Da obra: Jazz em Jerusalém, de Victor Leonardi]
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