Vaidade, a loca!

"Pelos ares do criado pode-se avaliar o patrão..."

[Philippe Destouches]

Vaidade - Primeiro ato!

"E quem- dentre nós- não tem lá as suas vaidades? No plural, elas, as vaidades, até podem ser interessantes, motivadoras. Há quem se envaideça de seus cabelos longos ou de suas tranças crespas. Envaidecemo-nos com os filhos, com conquistas, com elogios, com cumprimentos, até mesmo quando alguém acha bonito o nosso vira-lata. Vaidades, pois, há muitas. Temo-las quase que sem conto na vida. A tragédia está no singular: a vaidade humana. Essa destrói e enlouquece, maldição das origens. Diz-se, aliás, que os deuses, quando querem destruir os homens, alimentam-lhes a vaidade. É o suficiente para o amargo fim."

[Cecílio Elias Netto]

Vaidade - Segundo ato!

A experiência de perder a pose, quebrar a vaidade excessiva, a auto-importância e abandonar a seriedade é bem descrita por Contardo Calligaris quando ele fala sobre o fim do processo terapêutico: "Seria a experiência de que não somos grande coisa e, em particular, não somos a única coisa que falta para que o mundo seja perfeito e para que a nossa mãe seja feliz. Isso parece (e é) uma coisa fácil de saber e mesmo de admitir, mas uma experiência efetiva dessa superfluidade de nossa existência é uma outra história. Nesse momento final, o sujeito vivenciaria, logicamente, uma espécie de desamparo depressivo, mas também uma extrema liberação. Por que liberação? Pois é, o que mais nos faz sofrer talvez seja justamente a relevância excessiva que atribuímos à nossa presença no mundo, pois essa relevância é a pedra de fundação de todas nossas obstinadas repetições, é graças a ela que insistimos em ser sempre “iguais a nós mesmos” (sendo que, no caso, essa expressão não tem um sentido positivo).”

[Contardo Calligaris, em “Cartas a um Jovem Terapeuta" via não2não1.]”

“When in doubt, make a fool of yourself. There is a microscopically thin line between being brilliantly creative and acting like the most gigantic idiot on earth.”

[Cynthia Heimel]

Bonjour!