quinta-feira, 31 de março de 2011

Demasiado Humano

Antes de desaparecerem da paisagem, os caminhos desapareceram da alma humana... O homem já não sente o desejo de caminhar e de extrair disso um prazer.

 Saímos da infância sem sabermos o que é a juventude, casamo-nos sem sabermos o que é ser casado, e mesmo quando entramos na velhice, não sabemos para onde vamos...
Milan Kundera, in "A Imortalidade"

Bonjour!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Líricos e épicos

Os homens que têm a mania pelas mulheres dividem-se facilmente em duas categorias. Uns procuram em todas as mulheres a ideia que eles próprios têm da mulher "tal como ela lhe aparece em sonhos", o que é algo de subjetivo e sempre igual. Aos outros, move-os o desejo de se apoderarem da infinita diversidade do mundo feminino objetivo. 

A obsessão dos primeiros é uma obsessão lírica; o que procuram nas mulheres não é senão "eles próprios", não é senão "o seu próprio ideal", mas, ao fim e ao cabo, apanham sempre uma grande desilusão, porque, como sabemos, o ideal é precisamente o que nunca se encontra. Como a desilusão que os faz andar de mulher em mulher dá, ao mesmo tempo, uma espécie de desculpa melodramática à sua inconstância, não poucos corações sensíveis acham comovente a sua perseverante poligamia. 


A outra obsessão é uma obsessão épica e as mulheres não vêem nela nada de comovente: como o homem não projeta nas mulheres um sonho, um ideal subjetivo, tudo tem interesse e nada pode desiludi-lo. E esta impossibilidade de desilusão encerra em si algo de escandaloso. Aos olhos do mundo, a obsessão do femeeiro épico não tem remissão (porque não é resgatada pela desilusão).

 
Como o femeeiro lírico gosta sempre do mesmo tipo de mulheres, quase nem se repara quando tem uma amante nova; os amigos causam-lhe sérios embaraços porque nunca vêem que a sua companheira já não é a mesma e tratam as suas amantes sempre pelo mesmo nome. 

Milan Kundera, in "A insustentável leveza do ser"

Um prêmio sem mérito

O amor é, por definição, um prêmio sem mérito. Se uma mulher me diz: eu amo-te porque tu és inteligente, porque és uma pessoa decente, porque me dás presentes, porque não andas atrás de outras mulheres, porque sabes cozinhar, então eu fico desapontado. É muito mehor ouvir: eu sou louca por ti embora nem sejas inteligente nem uma pessoa decente, embora sejas um mentiroso, um egoísta e um canalha. 
Milan Kundera, in "A Lentidão" 

Bonjour!

segunda-feira, 28 de março de 2011

O Amor é de outro Reino



Tu estás convencida há vários anos de que eu não te compreendo. Esta é sempre a teoria das mulheres, que não são compreendidas, que não são queridas, que não são adoradas, as queixas montanhas grandes, queixas enormes, sempre a justificar uma infelicidade que lhes vem lá do fundo da criação do mundo, do útero, da terra, as mulheres refletem o útero feminino da terra, um útero cheio de aflições, em conclusão, queixam-se de tudo então entre os quarenta e os cinquenta, esse útero funciona nas alturas, é um útero cósmico que já não é parte de uma mulher, pertence à mulher do mundo. 


Há muita verdade no que dizes, o homem desinteressa-se facilmente, depois do ato do amor, depois logo sacode as penas, arrebita, passa à frente, domina outro mundo, a mulher fica fechada, acanhada nesse encontro muito íntimo, nesse seu mais fundo dos fundos, na identidade uterina com a ideia da criação, da reprodução da génese, salta, salta, forma-se na mulher a visão do caos a que só ela pelo amor pode dar uma nova regra, pelo domínio da paixão, pela companhia, para isso tem de ser compreendida, ela julga que é compreendida, tem de justificar a sua infelicidade pela compreensão do amor, de um outro amor, a mulher busca no outro amor o amor definitivo, amor que nunca aparece, é o poder fantásmico de convicção, que rompe todas as barreiras, a mulher atira-se, não sabe onde nem como...


O amor é de outro reino. (...) é uma ocupação de vinte e quatro horas com dois turnos pela mesma pessoa, com desconfianças e descobertas, com cegueiras e lumineiras, amor de tocar no mais íntimo... que todos no mundo fizeram, pais de padres, mães de bispos, avós de cardeais...

Ruben Andresen

Silêncio Cortês

É inevitável, faz parte da combustão da natureza, é força, mar, fogo, destruição, é atmosfera, respira-se, quando se morre abandona-se, o amor deixa, fica isolado... come-se, bebe-se, sustenta pão, pão diário para rico e pobre, pão que ilumina o forno do amassador, aparece nas condições mais estranhas, bicho que nasce, copula dentro de si mesmo, paira, espermatozóide e óvulo, as duas coisas ao mesmo tempo, amor é assim... as pessoas vivem tanto com o amor, ou tão alheias do amor, que nem notam, raro percebem que o amor existe...
Bonjour!

Ruben A. in 'Silêncio para 4'
 


quarta-feira, 23 de março de 2011

Bye-bye Liz!



Mike Todd e Elizabeth Taylor-26 anos, em lua-de-mel durante um festival.

A morte da atriz Elizabeth Taylor hoje, nesta quarta-feira, aconteceu 53 anos e um dia após o fatídico acidente de avião que vitimou seu então marido, Michael Todd. No dia 22 de março de 1958, quando a atriz tinha apenas 26 anos, ela deveria entrar em um avião que levaria ela e Todd da Califórnia a Nova York, nos Estados Unidos, mas ele a convenceu a não ir, já que ela estava gripada. 

O avião de Todd caiu, matando ele e outras três pessoas que estavam a bordo. Liz Taylor morreu na madrugada desta quarta-feira, apenas algumas horas após o 53º aniversário da queda do avião. Liz dizia que Todd e Richard Burton foram suas duas almas gêmeas.

Memórias do homem, um instante da vida. 
Rest in peace, Liz.

terça-feira, 22 de março de 2011

Enjoy your stay!!!

I felt oddly buoyant, there was a perceptible thrill in the air. Maybe it was the atmosphere of happiness that lightened me today!

Happiness is like the old man told me
Look for it, but you'll never find it all
But let it go, live your life and leave it
Then one day, wake up and she'll be in your home!
Don't lose your faith, so you tell yourself, that's probably enough for now!
***
A felicidade é o que o velho homem me contou
Você olha pra ela, mas jamais a encontrará completamente
Mas deixe estar, viva sua vida e deixe isso
Então um dia, você levanta e ela vai estar em sua casa!
Não perca sua fé, então diga à sí mesmo, que provavelmente é o suficiente
 para agora! 


Welcome, Jeff and PacO! \o/
My name is Jack- Jack of all trades, 
hahaha... kisses!


terça-feira, 15 de março de 2011

Cerejas e chamas

Com o passar do tempo, há dois sentimentos que desaparecem: a vaidade e a inveja. A inveja é um sentimento horrível. Ninguém sofre tanto como um invejoso. E a vaidade faz-me pensar no milionário Howard Hughes. Quando ele morreu, os jornalistas perguntaram ao advogado: «Quanto é que ele deixou?» O advogado respondeu: «Deixou tudo...» 
Ninguém é mais pobre do que os mortos. 
António Lobo Antunes

Bonjour!

sábado, 12 de março de 2011

Deivisson


Quem se dispõe a pagar $ para ouvir pessoas falarem somente bem de si mesmas??? 
 A pessoa realmente criativa não fala horas sobre seu trabalho. Ela se dedica a ele.

Bonjour!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Obrigada pelos 30 mil!!!


Difícil explicar, mas você não ve mais direito nem as coisas nem as pessoas que estão à sua volta. Você vai acostumando com elas, assim como acostuma com uma cadeira, uma mesa, um fogão... Quando tudo começa a ficar igual todos os dias e você, sem perceber, começa a se movimentar como quem liga o automático, feito robô, apenas faz coisas, sem sentir o que está fazendo. (...) Acho que aquilo que é bom, e de verdade, e forte, e importante – coisa ou pessoa – na sua vida, não se perde. E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que “o que tem de ser, tem muita força”. Você tem que fazer um super-exercício para conseguir descobrir os jeitos particulares das pessoas se comunicarem – sim, porque tudo tem um jeitinho particular. (...) Mas a maioria das pessoas que conheço vive muito desatenta de estar vivendo: elas parecem tão acostumadas com as coisas que estão à sua volta, que é como se estivessem dormindo.
Caio Fernando Abreu - Pedra rolante

Bonjour março!