quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lavas de piano


Uma palavra que se deve esquecer, um pássaro que não se observou por ausência, uma paixão eclipsada de valores inúteis que o amor nunca irá tocar.
E os dias são ilegítimos quando as pessoas são supostas.
Um bom momento é sempre um fado doce e contraditório, arrastado de desejos, onde há sempre um obstáculo ferindo instâncias, enquanto, a felicidade, perece com as peras.
Se há infelizes, ninguém se reconhece neles, imunes de suas próprias tempestades. 
Mas há sempre um dano apontado para o muro inclinado 
sobre o cão miserável de nossos afetos.
A mediocridade, embalsamada de abismo e vulgo, encobre nossos prejuízos.
Mas ninguém se livra de seus vulcões quando não se sonha lavas de piano, que nos movam todos os caprichos, soprando a pólvora da contemplação dos sentidos.
E assim nos tornamos menos cinzas, menos mesquinhos, menos supérfluos, enquanto ainda se teme o piano, o pássaro, a pera e o fado, mas não se teme a ira magmática em estado de guerra, que a psique estilhaça na pata do cão! 
*

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