terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os falsos sentidos

Nunca ficamos no tempo presente. 
Lembramos o passado; antecipamos o futuro como 'lento demais' para chegar, para apressar o seu curso, ou nos lembramos do passado para fazê-lo parar como demasiado rápido, tão imprudentes que erramos por tempos que não são nossos e não pensamos no que nos pertence, e tão levianos que pensamos naqueles que nada são e escapamos do único que subsiste. É que, em geral, o presente nos fere. Escondemo-lo de nossas vistas porque nos aflige e, se ele nos é agradável, lamentamos que nos escape. Buscamos mantê-lo mediante o futuro e pensamos em dispor as coisas que não estão em nosso poder por um tempo que não temos a menor certeza de chegarmos. Examine cada um os seus pensamentos. Vai encontrá-los a todos ocupados com o passado ou com o futuro. Quase não pensamos no presente... O presente nunca é o nosso fim. O passado e o presente são os nossos meios. Assim não vivemos nunca, mas ficamos 'a espera de viver' e, se sempre nos dispormos a ser sómente felizes, é inevitável que nunca o sejamos.
Bonjour!
Pascal- "Pensamentos fragmentados"


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