segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

About poems or other sentimental bullshit

O homem vive saltando degraus... nasce uma criança e morre um homem, e cada vez que isso acontece é um salto nos degraus da vida... Ele arranja uma fazendinha e perde uma fazendinha, e isto também são saltos. 

-"Os tratores invadiram as terras, enormes monstros de ferro a se moverem qual insetos, possuidores da ligeireza dos insetos. Os tratores rastejavam pelas terras, imprimindo nelas as marcas de suas correntes [...]. Monstros de nariz chato, a levantar a poeira, enfiando nela o focinho, marchando firmes pelas terras duras, arrasando cercas, não respeitando cabanas, demolindo tudo na sua rota implacável." 

O alimento como suporte da vida, por mais precário que seja, ainda é o traço comum que 'congrega' os pobres acampados em tendas, possuindo por assento apenas alguns caixotes de madeira que serão sucessivamente rachados para preparar novo fogo necessário às refeições, quando houver. Fogo e alimento, mas também a palavra de Mãe que consola e que aquieta o desespero. 

E isto é mais uma das coisas que uma mulher sabe com muita certeza. Para a mulher, tudo corre sem parar, que nem um rio; cheio de redemoinhos e turbilhão e pequenas cachoeiras, mas correndo sem parar. Não se pode voltar atrás. É assim que a mulher encara a vida. E luta pela preservação do seu núcleo familiar. Não tem medo de nada, enquanto estiverem todos juntos. Pois um alimento, mesmo que em sua extrema pobreza, reúne toda uma família. 



John Steinbeck - As vinhas da ira 


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