sábado, 31 de dezembro de 2011

Happy New Year!


The most exciting attractions are between two opposites who sometimes meet. Fantasy love is much better than reality love. Within the heart, we always have the urge to do something extraordinary. 

Bonjour et Au revoir 2011!




No matter how strong a person is, she has a weak point. And sometimes, all she needs is a hug! 

Happy New Year and Hugs for all!



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

The sweetest thing


Escrevo com uma grande quantidade de elementos invisíveis, que chegam à pele e a atravessam. É dessa forma que sinto aquilo que tenho para dizer, na pele e para lá da pele. Talvez seja preferível que a imensidão deste momento não os perturbe, que se mantenha onde está, invisível e tão concreto nas cores da paisagem, nomeada por estas palavras que não a dizem e que, no entanto, existem, impressas, pouco ecológicas e, ainda assim, feitas de uma natureza única, que nasce da terra, que se estende no céu, sol, lua, oceano, montanhas, que determina o dia e a noite, a passagem das estações, a idade, e que está contida numa só palavra, num só verbo, que abrigo no meu rosto, que é transparente no meu olhar e que agora, aqui, nas páginas deste livro, preciso dizer. Talvez não seja próprio dizê-lo aqui, mas talvez seja ainda menos próprio escrevê-lo em todas as paredes da cidade, esculpir precipícios com essa verdade ou rasgar o peito com uma faca e, com a ponta dessa mesma faca, gravá-lo dentro de mim, em sulcos profundos, como o tamanho deste agora. 

José Luís Peixoto, in 'Abraço'


sábado, 24 de dezembro de 2011

Merry Christmas for all!


Create your own paradise! There are many kinds of crazy and some are quite delightful. Sometimes you just have to pee in the sink. It takes a special talent. 

Merry Christmas!!! 



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Casinfância


"Minha cabeça estremece com todo o esquecimento. Eu procuro dizer como tudo é outra coisa. Falo, penso. Sonho sobre os fortes ossos dos pés. É sempre outra coisa, uma só coisa coberta de nomes. E a morte passa de boca em boca com a leve saliva, com o terror que há sempre no fundo informulado de uma vida. Sei que os campos imaginam as suas próprias rosas. As pessoas imaginam seus próprios campos de rosas. E às vezes estou na frente dos campos como se morresse; outras, como se agora somente eu pudessse acordar. Por vezes tudo se ilumina. Por vezes sangra e canta. Eu digo que ninguém se perdoa no tempo. Que a loucura tem espinhos como uma garganta. Eu digo: roda ao longe o outono, e o que é o outono? As pálpebras batem contra o grande dia masculino do pensamento. Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra. Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas. - Era uma casa - como direi? - absoluta. Eu jogo, eu juro. Era uma "casinfância". Sei como era uma casa louca. Eu metia as mãos na água: adormecia, relembrava. Os espelhos rachavam-se contra a nossa mocidade. Apalpo agora o girar das brutais, líricas rodas da vida. Há no meu esquecimento,ou na lembrança total das coisas, uma rosa como uma alta cabeça, um peixe como um movimento rápido e severo. Uma rosapeixe dentro da minha ideia desvairada. Há copos, garfos inebriados dentro de mim. - Porque o amor das coisas no seu tempo futuro é terrivelmente profundo, é suave, devastador. As cadeiras ardiam nos seus lugares..."

[Herberto, PoemaProsa ou vice-versa!]

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

The meaning of life

A beleza acaba onde a a expressão intelectual começa. O intelecto já é uma forma de exagero e destrói a harmonia de qualquer rosto. Assim que nos sentamos a pensar, ficamos só nariz, ou só testa, ou uma coisa horrível do gênero. Olhe para os homens bem sucedidos em qualquer das profissões eruditas: são perfeitamente hediondos! A não ser, evidentemente, na Igreja. Mas a verdade é que na Igreja eles não pensam. Um bispo continua a dizer aos oitenta anos o que lhe mandaram dizer quando ainda era um rapazinho de dezoito e, por conseguinte, parece sempre mais encantador.

Bonsoir ilha!



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Depth in me

Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro. Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova. Sei bem que elas cheiravam, como sei que existiam. São coisas que se sabem por fora. Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça. Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira. Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.

O amor é o sentimento mais perfumado.

Alberto Caeiro


domingo, 18 de dezembro de 2011

Wings


Debaixo da sombra do céu, é como se o céu segurasse a noite para o alto e se preparasse para deixá-la cair, imensa, sobre nós.


Bonsoir!

José Luís Peixoto

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Palavra sem idioma


A distância soma a gente para menos.





A mentira já há muito perdeu a sua honrosa função de enganar acerca do que é real. Ninguém acredita em ninguém, todos sabem a resposta. Mente-se só para dar a entender ao outro que para alguém nada nele importa, que dele não se necessita, que lhe é indiferente o que ele pensa. Mente-se para chamar a atenção para sí. A mentira transformou-se, hoje, numa das técnicas de insolência à qual cada indivíduo estende à sua volta toda uma frieza, e sob cuja proteção, pretende prosperar. Não há méritos.


THEODORE ADORNO


Bonjour!



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fingers laced the crown



Não te arruines, alma, 
enriquece.
Vende as horas de escória e desperdício
E compra a eternidade que mereces.
Devora a morte e o que de nós terá,
que morta - a morte, 
nada morrerá. 

Shakespeare, in sonetos.




Se dói, para que as coisas passem,
é porque, cada instante,foi vivo.

Bonjour!

Sophia Andresen- poetry

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Semáforos

Gosto mais de viajar por palavras 
do que de trem...  


Bonsoir :)


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sal e eternidade

Sol: tira a roupa da manhã e acende 
o mar.

O perfume das coisas

A floração do mundo não está mais próxima da raíz do que da haste. E o perfume não é melhor, nem pior, quando se torna intraduzível. 
Nietzsche- 

Imaginário

Gosto do absurdo divino das imagens. 
Não gosto de palavra acostumada.


Manoel de Barros

Bonjour!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não precisa matemática

A mulher muito esperta que curte pegação fora das vistas do marido,  não vê que o marido repassa o fardo, se fingindo de cego.

Matemática aplicada: Quem é o mais cego?

Bonjour!

domingo, 4 de dezembro de 2011

No meio das coisas miúdas

Pode fingir-se de muitos... mas não pode fugir de si.


Final de Jogo


Pra quê nomes? Era 'canarinho' e voava...


Manoel de Barros
Bonjour Sócrates!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Para fora da asa

Do lugar que estou, já fui embora...
Onde não estou, as palavras me acham. 
Manoel de Barros


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Harmony

All I want is butterfly kisses in the morning, honey butter sandwiches shaped like a heart, and to make you smile until it hurts. 
Matthew Gray Gubler

Freud um dia me falou...

Quando recém-nascidos, quase todo o nosso ser é apenas um Id. O Id continua conosco na idade adulta e nos acompanha pela vida toda. Aos poucos, vamos aprendendo a controlar nossos desejos para nos adaptarmos ao nosso meio, ou seja, aprendemos a ajustar nosso princípio de prazer ao nosso princípio de realidade. E construímos um Ego. O Ego é que assume esta função reguladora entre prazer e realidade. Quando crescemos, e temos prazer em algo ou alguma coisa, é o Ego que nos impede de abrir um berreiro e nos jogarmos ao chão (birra), até que nossos desejos e necessidades sejam satisfeitos. Ocorre, assim, um controle regulador para reprimirmos nossos desejos, tentando escondê-los, colocando-os de lado e, às vezes, até tentando esquecê-los. Mas somos confrontados com 2 barreiras: os padrões morais de nossos pais e do nosso meio. Ambos nos dizendo "não faça isto- é errado", "não faça aquilo- não é coisa de homem", "meninas não podem certas coisas jamais" e crescemos ouvindo os ecos das repressões que, mesmo depois de adultos, parecem ter se alojado dentro de nós, e até a ser uma parte de nós mesmos. A isso Freud chama de SuperEgo. O SuperEgo se opõe ao Ego, como uma espécie de "consciência", e nos informa, por assim dizer, quando os nossos desejos são "sujos" ou "impróprios", especialmente os desejos sexuais e eróticos, que surgem bem cedo, na nossa infância. Sabemos que as crianças pequenas gostam de brincar com seus órgãos sexuais mas sempre levaram tapas ou broncas, seguidos de longos sermões. E daí surge o nosso glorioso "sentimento de culpa", que é armazenado no SuperEgo, como uma espécie de "puteiro", onde fica tudo que está relacionado aos pecados, as coisas sujas, ao impuro, ao sexo! Assim, temos todos os elementos para explicar por quê existe um conflito entre "prazer e culpa" que nos acompanha por toda a vida. 


O Inconsciente é tudo que aquilo que "nos dispomos a esquecer", ou que tentamos reprimir, disfarçar, enterrar e esconder do resto do mundo para nos "livrarmos dele" mas que, mesmo assim, continua vivo dentro de nós. Isso acontece com todas as pessoas, sadias ou não, que lutam contra sí mesmas e com o ato de reprimir seus desejos proibidos, sujos ou indecorosos, num processo tão angustiante e estressante, que muitos adoecem e até enlouquecem. Mas uma coisa é certa, por mais que se esconda, esses desejos sempre tentam se libertar de sua prisão, de seu Inconsciente, e em algum momento tentam se saciar ou se satisfazer a qualquer preço. E assim surgem "novos sentimentos" dos sentimentos mais perturbadores: a Projeção. Nos projetamos nos outros, transferindo as nossas características reprimidas para frente, para longe, para fora de nós-"para os outros". O avarento gosta de ficar dizendo que todo mundo é avarento, o xereta que todo mundo é xereta, o explorador que todos exploram, o traidor que todos traem, e o que só pensa em sexo (com tudo e todos) que todos são fissurados por sexo, sendo o primeiro a se irritar com o comportamento livre dos que gostam e assumem. A isso chamamos de Ato Falho, pois, se com a Projeção culpamos os outros daquilo que "escondemos", com os pequenos gestos (Falhos) "revelamos" os segredos mais sórdidos e mais íntimos. 
É bem por isso que, muitas vezes, ouvimos alguém se defender daquilo que errou: " Nossa, eu não tinha a intenção de dizer isso, ou de fazer aquilo"!!!
Tinha sim... suas verdades é que escaparam de tí!


Bonjour!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Five fingers



You only see a tenth of what is true, to every choice you make; you can destroy your life every time you choose.  And you only get one chance to play it out. Just try. And they say there is no fate, but there is: it’s what you create. Even though the world goes on for eons and eons, you are here for a fraction of a fraction of a second. Most of your time is spent being dead or not yet born, because while alive, you wait in vain.
Charlie Kaufman


Você só vê um décimo do que é verdadeiro, a cada escolha que você faz; você pode destruir a sua vida cada vez que você escolher. E você só tem uma chance de jogá-la fora. Basta tentar. E eles dizem que não há destino, mas existe: é o que você criar. Mesmo que o mundo passe por eras e eras, você está aqui por uma fração de uma fração de segundo. A maioria de seu tempo é gasto estando morto ou ainda não nascido, porque enquanto vivo, você espera em vão.


The hand has five fingers, capable and powerful, with the ability to destroy as well as create. 
John Heartfield

A mão tem cinco dedos, capazes e poderosos, com habilidade de destruir,
 assim como criar.

Save yourself

Bonjour!


Conhecer os seus limites - esperar menos - e salvar a si mesmo, de ser ferido, mais uma vez.