terça-feira, 11 de novembro de 2008

Conceitos, cerejas e chamas

Anéis bóiam seus dedos em pormenores tão profundos, que a ociosidade das mãos não é senão um subterfúgio 
do braço turbulento que descansa do combate.
Como um rito, nos arrastamos sobre as mênades, aquilatados de desejos,
onde qualquer palavra perde o sentido diante da fogueira
tragada de punhais.
A boca desconhece os próprios dentes e limita-se a rir dos insultos que profere,
se distraindo cínica de seus próprios deuses.
Encouraçados de aversões recíprocas, esburacamos a alma de infâmias e mandíbulas.
Depositamos todos os escândalos na bandeja atormentada da lógica que, insultada da volúpia desmedida, 
aprisiona o corpo na fronte, mastigando infeliz, 
conceitos, cerejas e chamas!

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