sábado, 15 de setembro de 2012

Dias em versos




Não tudo, mas alguma coisa depende da idade que temos agora e do jeito que temos de nos lembrarmos das idades que tivemos. Começamos por dizer "quando eu era novo" - mas nós nunca fomos simplesmente novos. 
Mais do que termos sido novos, fomos antes vários tipos de novo. Até a tabela mais automática que seguimos começa aos cinco anos, idade das primeiras memórias certas, e continua, roboticamente... Fala-se, com lassitude, de gerações. Nunca se fica a saber, mal ou bem, a qual pertencemos, mesmo que queiramos pertencer a alguma. Não importa o ano em que se nasce. Algumas pessoas ganham em consumir-se cedo. As melhores exigem que se espere. Quando éramos novos éramos velhos. Quando somos velhos, ainda somos novos. Resta saber, como sempre, ao que viemos. Se aquele tem mais de valoroso, este tem mais de astuto. Porém, em termos de prestígio, tentamos aperfeiçoar sempre a nossa imagem em vez de nós próprios.

Bonjour!


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