quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sempre tem algo que se soma

Os homens não confessam suas fraquezas, realmente são discretos em suas lamúrias. Diante da pancadaria verbal da parceira, apanham em silêncio. Têm preguiça de se defender. Resmungam apenas, e se entregam a polir os cascos. Não respondem nem quando cobertos de razão. Esvaziam qualquer xingamento com miados de falsa obediência: “Já vou”, “ok”, “certo”, “desculpa” e “logo faço”...

O que faz um homem amar uma mulher e uma mulher amar o homem é tão pessoal, que é possível passar uma vida inteira sem desvendar o motivo. Não é necessário ter consciência para ser feliz. Não é fundamental entender para amar. Mas é mais bonito.
Bonjour!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os falsos sentidos

Nunca ficamos no tempo presente. 
Lembramos o passado; antecipamos o futuro como 'lento demais' para chegar, para apressar o seu curso, ou nos lembramos do passado para fazê-lo parar como demasiado rápido, tão imprudentes que erramos por tempos que não são nossos e não pensamos no que nos pertence, e tão levianos que pensamos naqueles que nada são e escapamos do único que subsiste. É que, em geral, o presente nos fere. Escondemo-lo de nossas vistas porque nos aflige e, se ele nos é agradável, lamentamos que nos escape. Buscamos mantê-lo mediante o futuro e pensamos em dispor as coisas que não estão em nosso poder por um tempo que não temos a menor certeza de chegarmos. Examine cada um os seus pensamentos. Vai encontrá-los a todos ocupados com o passado ou com o futuro. Quase não pensamos no presente... O presente nunca é o nosso fim. O passado e o presente são os nossos meios. Assim não vivemos nunca, mas ficamos 'a espera de viver' e, se sempre nos dispormos a ser sómente felizes, é inevitável que nunca o sejamos.
Bonjour!
Pascal- "Pensamentos fragmentados"


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não esperar até ser sol poente

É máxima: deixar as coisas antes que elas o deixem. Que se saiba converter em triunfo o próprio fenecer, pois mesmo o sol, ainda brilhante, costuma retirar-se numa nuvem e nos deixa suspensos, não sabendo se ele se pôs ou não. Não espere que lhe voltem as costas, porque o sepultarão vivo para os sentimentos e morto para a própria estima.  
Gracián y Morales

Hello!

Um proprietário de terras, mesmo que possua meio País, é como se não tivesse nada, se não encontra quem faça frutificar seus latifúndios; o grande fabricante tem de vender como sucata as suas melhores máquinas, se não contar com vários operários que as façam funcionar e produzir lucros; e mesmo os médicos, advogados e professores não poderiam viver sem os doentes, sem os culpados e os ignorantes. Não existe ninguém, a menos que seja néscio, que não possua uma porção qualquer de capitais da segunda espécie, ainda que seja a sua capacidade de trabalho físico, vendível como qualquer outro bem, com um contrato verdadeiro e apropriado. Essa dependência, para quem vê claro, é recíproca. Até o aleijado, o cego e o leproso obtêm rendimento das suas muletas, da sua escuridão e das suas chagas. 
Portanto, hello!
Giovanni Papini

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Obrigada pelos 36.000 mergulhos!!!

Quando as verdades são evidentes e absolutamente contraditórias, o que tens a fazer é mudar de linguagem, de trajetória. A lógica não serve para te ajudar a passares de um andar para o outro. E, se falares com a linguagem das pedras, vais-te abaixo. O bem-estar proporcionado por uma conversação mais animada não consiste propriamente no assunto da conversação; nem as idéias nem os conhecimentos são o principal interesse. Importa a maneira de agir uns com os outros, de ter um prazer recíproco e rápido, de falar tão logo se pense, de comprazer-se sem esforço, de manifestar o seu espírito pelo riso, pelo gesto, pelo olhar, como que uma espécie de electricidade que solta faíscas, aliviando uns com a sua vivacidade e despertando outros da sua própria apatia.

NÃO TRANSFORME AS TUAS CONVICÇÕES
 EM PEDRAS!
Antoine de Saint-Exupéry e Madame de Stael
Bonjour!


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Envelopes

Uma grande arte é saber corrigir a tempo, oportunamente, abrindo uma porta; sem esmagar a pessoa mas ajudando-a a superar os erros. Quem sabe fazer esta distinção não deve ter medo de ter opinião e nem cai na ratoeira de se calar dizendo-se tolerante. A tolerância é com as pessoas, não com os atos. As pessoas e os encontros, por vezes, são como os envelopes bem endereçados que recebemos. Sabe-se o nome e a morada, mas não se sabe o que vem lá dentro. É que o envelope rasga-se e depois vê-se o que tem lá dentro. Conhecemos as pessoas 'aparentemente'. Muitas vezes até idealizamos a pessoa. O envelope continua lacrado. Passe a conviver com essa pessoa e então saberás, verdadeiramente, o conteúdo do envelope.
Bonsoir!

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