sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Jardim das horas...

"Damos festas, abandonamos as nossas famílias para vivermos sós no Canadá, batalhamos para escrever livros que não mudam o mundo, apesar das nossas dádivas e dos nossos imensos esforços, das nossas absurdas esperanças. Vivemos as nossas vidas, fazemos seja o que for que fazemos e depois dormimos... é tão simples e tão normal como isso.
Alguns atiram-se de janelas, ou afogam-se, ou tomam comprimidos; um número maior morre por acidente, e a maioria, a imensa maioria é lentamente devorada por alguma doença ou, com muita sorte, pelo próprio tempo... Há apenas uma consolação: uma hora aqui ou ali em que as nossas vidas parecem, contra todas as probabilidades e expectativas, abrir-se de repente e dar-nos tudo quanto jamais imaginamos, embora todos, exceto as crianças (e talvez até elas), saibamos que a estas horas se seguirão inevitavelmente outras, muito mais negras e mais difíceis...
Mesmo assim, adoramos viver a vida, a cidade, a manhã, mesmo assim desejamos, acima de tudo, mais..."
[Michael Cunningham, in "As Horas"]
"Esquecemos, repudiamos uma pessoa triste ou doente, em virtude da sua inutilidade psíquica ou física. Há alguém que renuncie, podendo ter? A caridade não é outra coisa que o ideal da impotência. Basta de virtuosa indignação! Se tivesse tido dentes e habilidade, teria apanhado a presa..."
[Cesare Pavese]
"Sempre que as pessoas têm oportunidade, tentam satisfazer a sua fome cerimonial, mesmo que o rito com que a mitigam seja inteiramente destituído de significado..."
Aldous Huxley
"O hábito da cooperação, da tolerância, da persistência e do próprio amor, é que geram a convivência em vez de um isolamento de caverna e de uma agressividade permanente... É a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra! Quem não sabe combater ou não tem interesse nenhum pela luta ficará sempre para trás, entre os piores... "
[Agostinho da Silva]
Bonsoir!

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