Está bem perto, garanto-te, o limite desta existência, onde o venturoso se julga expulso e o desgraçado liberto; nós é que, por esperanças ou por receios, a fazemos mais extensa do que realmente é. Se agires com sabedoria, medirás tudo em função da condição humana, e assim limitarás o espaço tanto das alegrias como dos receios. Nunca ninguém analisou o que há de verdade no que nos aflige, mas cada um vai incutindo medo nos outros; nunca ninguém se atreveu a aproximar-se do que lhe perturba o espírito e a averiguar a natureza real e fundamentada do seu medo. Daqui resulta o crédito que se dá a um perigo inexistente, que mantém a sua aparência porque ninguém o contesta a sério. Basta que nos decidamos a abrir bem os olhos para verificarmos como é diminuto, incerto e inofensivo aquilo que receamos.
Séneca
Se eu fosse uma música...
Nenhum comentário:
Postar um comentário