Mais tarde, quando a alma jovem, martirizada por mil desilusões, se volta por fim, desconfiada, contra si mesma, ardente e selvagem ainda, mesmo nas suas suspeitas e remorsos: como se encoleriza consigo mesmo, como se dilacera com impaciência, como se vinga da sua longa cegueira, como se ela tivesse sido voluntária!
Neste período de transição autocastiga-se pela desconfiança para com os seus próprios sentimentos; martiriza-se o entusiasmo pela dúvida; a consciência limpa até aparece já como um perigo, como uma espécie de auto-encobrimento e fadiga da honestidade mais subtil; e sobretudo toma-se partido por princípio contra «a juventude». -
Dez anos mais tarde: e percebe-se que também isso tudo era ainda - juventude!
Nietzsche
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