quinta-feira, 19 de julho de 2012

Viver é um enorme entretanto...



É nas decisões fúteis, das quais nem a vida nem o estado de espírito depende, que reside a felicidade. Somos sobressaltados por ninharias, que conseguem fazer-se passar por importantes, como escolher entre uma camisa do verde do mar ou do azul do céu... Se a escolha primária é entre continuar a viver e deixar de viver, e as escolhas secundárias são afluentes da primeira, devemos dar graças. Quanto mais tempo perdermos nas escolhas e nas questões de que não dependem as nossas vidas ou as nossas almas - naquelas que não interessam, a bem ver, nem a umas nem a outras - maior é a nossa felicidade. As pessoas, sejam de que sexo e sexualidade forem, compreendem-se mal. Dão-se mal, por muito bem que se dêem. O luxo é não escolher. A felicidade é uma interrupção de futilidade. A felicidade é uma falta de importância.

Bonjour.

Miguel Esteves Cardoso 

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