quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quero ser velhinha em Budapeste

"Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente?  O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos. Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência. Sentimo-nos deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo: «Detém-te! És tão belo...!», como dizia Goethe. O presente não se detém. Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo. O presente contém sempre uma partícula de passado e uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo..."
Bonjour!
[Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Tempo']

2 comentários:

Unknown disse...

your pic so cool
but i can't read your language but
pic can communicate with you
i like it...
jareena

Foquinha! disse...

Jareena,
Thank you very much for your visit! It was a demonstration of friendship! Have a nice day, greetings to Thailand ;)

Foquinha!

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