sábado, 2 de outubro de 2010

Dentro do tempo repetido

Os amantes se amam cruelmente e, com se amarem tanto, não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Assim a cobra se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.

E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração  está sêco!

[Fragmentos de Carlos Drummond de Andrade]

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails