quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pólen

O simples não se questiona sobre si mesmo. Ele não se aceita nem se recusa. Não se interroga, não se contempla, não se considera. Não se louva nem se despreza. Ele é o que é, simplesmente, sem desvios, sem afetação,  faz o que faz, como todos nós, mas não vê nisso matéria para discursos, para comentários, nem mesmo para reflexão. Ele é como os passarinhos de nossa floresta, leve e silencioso sempre, mesmo quando canta, mesmo quando pousa. Por isso é a mais leve das virtudes, a mais transparente e a mais rara."
[André Comte-Sponville, in "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes"]

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