quinta-feira, 23 de outubro de 2008

BULEVAR!

A vegetação muda de aspecto quando te ausentas.
As tardes de chuva forte nas alamedas e mesmo as águas insuspeitas de meus musgos negligenciam-me trégua.
Venho repetindo teus versos densos em cada rastro de tuas viagens, num murmúrio natimorto, cujo tempo, breve e frio, tem a sonoridade da dúvida.
Pairo no ar.
Não tive créditos que me concedecem o mundo, mas condensei em meus ramos todas as tuas euforias embebedadas de vida e café.
Rimos o riso dos pássaros, sublimados de croissant's e verdades, e constantemente renascemos, mesmo dissipados de nosso imenso bulevar.
*

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