"Comprar não resolve questões da alma", mas consumir acabou virando sinônimo de prazer, como um vestidinho, um sapatinho, uma tela plana, viagens, comida – varia o objeto, mas as fontes de satisfação provisória podem se tornar um vício. O remédio? Uma trabalhosa dose de autoconhecimento que dissolva essa ilusória busca de alívio.
[Duchess of Windsor by Roger Vivier collection]
Uma ala significativa dos analistas concorda que "do prejuízo sempre se pode obter lucro". Eles põem fé de que todas essas perspectivas que toldam o horizonte representam oportunidades. E trazem a reboque um consumo mais consciente. Na França, por exemplo, intelectuais como o sociólogo Gilees Lipovetsky estão saudando a recessão no setor de artigos de luxo, que, para eles, perverteu a cultura nacional. Outros estudiosos fazem coro: quando o mercado financeiro está bombando, as pessoas não têm pudor em ostentar, e o dinheiro e seus delírios tomam conta da cena...
Comprar se apresenta como alicerce para uma falsa segurança. Quando o orçamento aperta, somos obrigados a olhar para outros aspectos da vida. Não se trata da frugalidade absoluta. Mas apenas um tempo de se gastar com o necessário e descobrir fontes de satisfação fora das vitrines. O consumo muda, mas os desejos continuam se multiplicando – ninguém quer adquirir um produto que dure para sempre. Somos seres mutantes, especialmente as mulheres – e o feminino é efervescente, inquieto... As pessoas querem ser singulares apesar de o mundo estar cada vez mais plural!"
Bonjour!
[Duda Ramos, in "Menos", clip Audrey Hepburn, Marilyn Monroe, Twiggy and Brigitte Bardot]
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