Mas há pessoas que não gostam simplesmente de virar páginas, progredir e melhorar ou até mesmo sarar... Elas querem antes, saber a razão de terem de sarar pela via da medicação, e não pela via da terapia. Pessoas assim são difíceis de tratar. Mas, enfim, é possível explicar para elas a razão de não haver diferença, a não ser de tempo, entre uma terapia “freudiana”, ou coisa parecida, e os bons remédios. A idéia não é difícil de compreender: somos organismos que podem ser atingidos por palavras ou por químicas, e não cabe aqui falar em interação entre “físico e psíquico”, mas apenas aceitar que “físico e psíquico” são nomes para falarmos da mesma coisa, ou seja, de nós!
Há os organismos que são suscetíveis a drogas e a palavras, mas para quem apenas quer tomar pé inicial na explicação, basta saber isso: somos “bípedes sem penas” que reagem a drogas e a palavras, e reagimos a tais coisas quase de um mesmo modo, com transformações de humor. Portanto, a depressão crônica faz de você aquele que adora ser cuidado, então, quando algo pode tirar você do estado de infelicidade, isso, não raro, pode lhe meter medo... E sabemos bem esta verdade: não são poucos os depressivos que diante da possibilidade de uma cura rápida preferem "nem ouvir falar nisso"...
Ficar feliz é tudo o que não querem, pois a infelicidade já teria se transformado em uma propriedade querida, um bem, uma vocação... E ninguém quer perder um bem ou uma vocação. Tirar a depressão de um deprimido crônico pode significar devolver-lhe a liberdade, e uma boa parte de nós- infelizmente - teme a própria liberdade..."
[Paulo Ghiraldelli Jr.]
"I hope you all have big dreams and plans,
because that's what makes them
exciting! " :)
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