quarta-feira, 11 de março de 2009

A arte de Jill Greenberg

"Os homens não podendo contar uns com os outros na realidade, parecem ter combinado entre si contentarem-se com "as aparências". Com cinco ou seis termos de arte, e nada mais, dá-se ares de "conhecedor"... de música, quadros, construções ou manjares: pensa-se ter mais prazer do que os outros em ouvir, ver, comer; impõe-se aos seus semelhantes, e engana-se a si mesmo..."
[Jean de La Bruyére, in "Os Caracteres"]
"Não se é talentoso por se ser moço, nem genial por se ser velho. A certidão de idade não confere superioridade de espírito a ninguém. Nunca compreendi a hostilidade tradicional entre velhos e moços (que aliás enche a história das literaturas); e não percebo a razão por que os homens se lançam tantas vezes recíprocamente em rosto, como um agravo, a sua velhice ou a sua juventude. Ser idoso não quer dizer que se seja necessáriamente intolerante e retrógado; e engana-se quem supuser que a mocidade, por si só, constitui garantia de progresso ou de renovação mental..." [Júlio Dantas, in "Páginas de Memórias"] "A fraqueza dos nossos sentidos impede-nos o gozar das coisas na sua simplicidade natural. Os elementos não são em si como nós os vemos: o ar, a água, e a terra a cada instante mudam, o fogo toma a qualidade da matéria que o produz, e tudo enfim se altera, e se empiora para ser proporcionado a nós. Vemos as coisas pelo modo com que as podemos ver, ou seja, "confusamente", e por isso quase sempre as vemos como elas não são.As paixões formam dentro de nós um intrincado labirinto, e neste se perde o verdadeiro ser das coisas, porque cada uma delas "se apropria" à natureza das paixões por onde passa. E a vaidade, que de todas as paixões é a mais forte, a todas arrasta, dá ao nosso conceito a forma que lhe parece..." [Matias Aires¹] "O amor não se pode definir; sendo em nós limitado o modo de explicar, é infinito o modo de sentir; por isso nem tudo o que se sabe sentir, se sabe dizer: o gosto, e a dor, não se podem reduzir a palavras. Tudo o que produzir a respeito do amor, são átomos. Os que amam não têm livre o espírito para dizerem o que sentem; e sempre acham que o que sentem "é mais" do que o que dizem; o mesmo amor entorpece a idéia e lhes serve de embaraço: os que não amam, mal podem discorrer sobre uma impressão, que ignoram; os que amaram são como a cinza fria, donde só se reconhece o efeito da chama, e não a sua natureza; ou também são como o cometa, que depois de girar a esfera, sem deixar vestígio algum, desaparece..." [Matias Aires²] "A nossa tristeza faz-nos parecer tudo o que vemos triste; a nossa alegria tudo nos mostra alegre; e o nosso contentamtento tudo nos mostra com agrado; os objectos influem menos em nós, do que nós influímos em nós mesmos. Vemos como de fora as aparências de que o mundo se compõe, por isso não conhecemos o seu verdadeiro ser, nem gozamos delas no estado em que as achamos, mas sim naquele em que elas nos acham. A delícia dos olhos, e do gosto, dependem mais da nossa disposição que da sua eficácia; o mesmo que ontem nos atraiu, hoje nos aborrece; ontem porque estava sem perturbação o nosso ânimo, hoje porque está com desassossego; e tudo porque não somos hoje, o que ontem fomos: o mesmo que hoje nos agrada,amanhã nos desgosta, e os objectos, por serem os mesmos, não causam sempre em nós as mesmas impressões; por motivos diferentes recebemos alterações iguais. O pouco que basta para afligir-nos, ou para contentar-nos, bem mostra o pouco constantes, que são em nós a aflição, e o contentamento; por isso uma e outra coisa, nos deixa com a mesma facilidade com que nos penetra..." [Matias Aires³] Bonjour! [Essa é uma homenagem ao 1º aninho da Ana Luíza, minha sobrinha...Parabéns, meu amor!] [Jill Greenberg - http://www.manipulator.com]

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